quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A geléia de cereja de uma-vez-na-vida

Nove dias sem postar! Vocês estavam quase desistindo de mim, eu sei. Mas não desistam que eu vou estar sempre por aqui - só estou fazendo coisinhas demais, por hora, e infelizmente elas pouco tem a ver com a minha cozinha.

A historinha que vou contar aconteceu a algumas semanas. E ela contraria TUDO que eu já disse nesse blog. Praticidade, rapidez, eficiência? Isso é para nOObs, legal mesmo é mexer no Assembly!

O fato é que eu adoro cerejas. E na casa do vô do meu namorado há uma cerejeira, carregada de frutinhas vermelho-escuro, pequenas e perfumadas. Porém, elas acabariam não sendo aproveitadas - cerejas demais para as pessoas consumirem in natura... Foi quando eu tive a grande idéia: com a ajuda do jardineiro, colhemos as cerejas e faremos a Torta de Cerejas para o Fim do Verão, que eu achei no site do seriado Pushing Daisies (aliás, lindo site, uma fofura, mas com receitas completamente malucas) .

Cerejas colhidas, com a minha falta de tempo habitual não consegui deixá-las me esperando: tive de congelá-las, para fazer a empreitada em outro dia. Dois potes de sorvete de cerejas no congelador da casa do namorado em uma noite de sábado que eu esperava ser bem tranquila: pizza, tortinhas perfumadas, estudo e sono.

Com a receita em punho, não fui com a cara da massa. Decidi preparar a infalível receita da Ana Elisa, que já executara com sucesso tantas vezes (um dia mostro a minha versão para a torta de maçã dela, é sensacional). Ficou como o esperado, levemente amarelada e com boa textura. Enrolada e na geladeira, era tempo de começar com o recheio.

Com a minha total falta de experiência com alimentos congelados que não sejam pizzas, não me dei conta que as míseras duas horas fora do congelador não ia descongelar totalmente as cerejas. Olhei para elas, elas olharam para mim e aí eu pensei exatamente o contrário do que deveria: "não pode ser tão difícil". Como acabei por comprovar, podia sim.

Chamei o namorado pra ajudar a tirar os cabinhos e as sementes das cerejas. Acostumada com aquelas bolinhas avermelhadas imersas em licor de marasquinho, meu cérebro não processou a informação de que frutos in natura possuem sementes, e que as sementes deveriam sumir de dentro deles antes de tranformá-los em geléia. Então fomos nós dois tirar as sementes de um zilhão de cerejas congeladas.

Obviamente, quando chegamos a 1/4 da quantidade, já estávamos cansados, frustrados e mal-dizendo o site do Pushing Daisies, o criador da receita, os personagens do seriado, o criador do seriado. E é nessas horas que a gente se dá conta que está com uma pessoa que nos ama de verdade: meu querido aguentou firme do meu lado, dizendo que era pra eu não encanar a cada "não me odeie" que eu proferia e que no final, tudo ficaria delicioso.

Três horas e meia depois, com os dedos sem sensibilidade, tendo mandado minha massa às favas e quase tendo um siricotico de frustração, as cerejas estavam prontas para serem usadas. Decidi que o mais prático seria tentar fazer uma chimia (schmier, um tipo de geléia alemã com pedaços de frutas).

Daí em diante, foi uma invencionice sem tamanho: mistura açúcar, coloca um pouquinho de maisena, acrescenta mais manteiga. E não é que acabei conseguindo uma linda e brilhante schmier? Bom, talvez as vovós alemãs que leiam essa postagem queiram meu pescoço, afinal, o que eu fiz não foi tecnicamente uma schmier, mas como eu não sei definir a coisa que saiu do meu fogão e ela estava bonita, perfumada e gostosa, eu me sinto feliz de pensar nela como prima próxima de uma receita tradicional.

Cansada como estava, não fotografei a minha obra, mas dei uma Googleada e posso dizer com certa segurança que ela ficou parecida com a da Dadivosa, apesar do tipo de cereja usado ser diferente - as que eu tinha eram as escuras, que nascem aqui no sul. As dela eram provavelmente as chilenas - também maravilhosas. A geléia foi distribuída em vários potinhos e dada de presente ao avô e aos pais do meu namorado e aos meus pais. Também fiquei com um pouco para mim e meu namorado com outro tanto pra ele. Foi consumida das mais diversas formas: pura, no pão, com creme de leite.

Ficando tão vermelhinha e apetitosa, me fez reconsiderar por um instante a idéia de não fazer geléia de cereja nunca mais. Mas isso durou aproximadamente 30 segundos. Minha receitas são práticas e rápidas. De qualquer forma, você pode comprar as cerejas descaroçadas, prontinhas. Ah, as maravilhas do mundo moderno!

Geléia de Uma Vez
* 1 kg de açúcar
* ~1000g de manteiga sem sal
* 4 colheres de sopa de amido de milho
* um pouquinho de água fria + água a gosto para formar a "calda"
* meio quilo de cerejas sem caroço cortadas grosseiramente

1) Coloque as cerejas, 2/3 do açúcar e 2/3 da manteiga numa panela grande.
2) Coloque um pouco de água e deixa o açúscar e a manteiga derreterem.
3) Dissolva o amido de milho na água gelada e coloque na panela. Mexa bem até ficar bem vermelhinho e brillhante.
4) Cozinhe mais um pouco, até que a calda fique espessa e as cerejas dissolvam.
5) Desligue o fogo.
5) Misture o restante do açúcar e da manteiga e mexa bem até incorporar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Para nerds gaúchos

Esse sábado vai rolar um evento muito bacana aqui em Porto Alegre: o TchêLinux.

Na verdade, TchêLinux é um grupo de usuários de Software Livre do Rio Grande do Sul, e eles já organizaram vários eventos, inclusivo pelo interior do Estado.


Esta nerd cozinheira estará lá para conferir as palestras mais legais, fazer networking e rever amigos. Se você quiser me conhecer, provavelmente estarei com as minhas orelhinhas de raposa, afinal, eu amo Firefox, contribuo e quero mostrar isso pra todo mundo (e por que orelhinhas são fofas, ora bolas).

Então, podemos nos encontrar na Faculdade de Informática da PUC-RS de Porto Alegre, neste sábado, 08/10, a partir das 8:30. Tem que realizar inscrição (não tenho certeza se ainda tem vagas, mas é só dar uma conferida) e a entrada é 2 kg de alimentos não perecíveis.

Para saber mais, entre na página do evento.

P.S.: sim, eu vou postar mais receitas. Tenho cozinhado menos por causa do curso, mas ainda existem coisinhas interessantes saindo do meu fogão de vez em quando. Só preciso arrumar mais tempo para postar, oh god.